terça-feira, 30 de março de 2010

a política

A política anda muito pacata. O Passos Coelho não abre brechas; o Paulo Portas, o Louça, o Jerónimo e os outros, de quem não me lembro o nome, também não. — Fazem bem!

segunda-feira, 29 de março de 2010

economia

Alguns economistas mais ácidos quando analisam a performance do país referem o comum dos mortais que aqui habitam como uns asnos que resvalaram irremediavelmente para a berma da estupidez.

Para fugir a todo o custo a esta inevitabilidade fiz um download do PEC, e numa leitura rápida e enviesada de um documento pouco esclarecedor, o que só assim justifica as diferentes leituras que permite, cheguei à conclusão que não temos futuro.

Face à incerteza em relação ao futuro é preciso reformular o cálculo das aposentações, congelar ordenados e reduzir benefícios fiscais, despesas de saúde e de investimento.

Não temos futuro pois estaremos a assistir ao nosso definhar sem que o documento apresente medidas para alterar este destino fatal.

Portugal está a precisar de um documento que rectifique as contas, mas que aponte para um horizonte de soluções. Será que este país não tem alternativa para lá de 2013.

quarta-feira, 24 de março de 2010

hoje é segunda

Todas as semanas têm uma segunda-feira, o que é bom para quem gosta de rotinas. É à segunda-feira que se começam os planos que se traçaram no fim-de-semana. É à segunda-feira que se olha para a lista de tarefas pensadas no domingo, e é à segunda-feira que se pega no lápis para riscar o que vai sendo feito. É com comprazimento e com uma certeza de que com método e vontade tudo será feito. Invariavelmente lá para o meio da tarde, quando se voltar a olhar para a lista, já haverá duas ou três coisa atrasadas.

terça-feira, 23 de março de 2010

as pessoas e os livros

Tarde de sol, um luxo nos tempos que correm cinzentos, numa esplanada de jardim. Não sei se por causa do sol, se por hábito que desconheço, a rapaziada deu em «catarcizar» e palrou, palrou. O rapaz que lixou o carro novo, que os pais lhe ofereceram; o senhor de mau ar que filosofou toda a tarde com a rapariga agradável e em sintonia; o rapaz simpático que dá conselhos à ex- . Todos falaram e desfilaram em frente das minhas orelhas bisbilhoteiras.

O resultado foi mau, uma tarde bem passada, mas uma data de páginas que terão de ser relidas. Não é que o livro seja uma obra fundamental, mas é um documento importante sobre maneiras de viver que eu desconhecia. Só tinha lido em miúda os Olhos de Água, mas no outro dia um amigo disse-me que o Gaibéus era o seu livro preferido. Fiquei curiosa e comecei a ler, mas interrompi para, por razões que não vêm ao caso, ler Avieiros que me deu a conhecer as pessoas, a quem chamavam os ciganos do Tejo. Vieram da praia da Vieira para viverem nos barcos durante todo o ano, ali nasciam e morriam os filhos, ali se passava toda a sua pobre vida. Os mais afortunados iam juntando tábuas para constuir uma barraca que com boa fortuna as cheias não destruiriam.

30 anos de jornal de letras

Lembro-me bem de quando apareceu o 1º Jornal de Letras. Foi há 30 anos.
Para quem aparece em tempos, de certo modo, agitados e resiste ainda em tempos, claramente, indiferentes parece ter razões de sobra para continuar. Amanhã haverá bons motivos para dar os parabéns a quem anda há tanto tempo a fazer este jornal.

domingo, 21 de março de 2010

uma boa semana

Esta semana foi animada.
. Simone Veil, sobrevivente de Auschwitz, ministra da Saúde, que fez votar a lei da interrupção voluntária da gravidez, ex-presidente do Parlamento Europeu, é, aos 82 anos, a 6ª mulher a entrar na Academia Francesa. A primeira, há 30 anos, foi Marguerite Yourcenar.
. Fui almoçar com antigas colegas. Estávamos todas girissimas, saudáveis e bem dispostas. Foi bom, mas com um pequeno senão – um quilito ou dois que eu tenho a mais. É urgente começar a dieta, a primavera não tarda e o próximo almoço também.
. No final da tarde fui à Livraria Almedina, no Atrium Saldanha, ouvir o professor Carlos Reis falar da sua experiência de leitura de Os Maias. Quase duas horas de conversa apaixonada sobre uma obra que o professor aprecia obviamente.
. O que faz falta teve a estreia na quinta-feira no teatro Villaret. Não gosto de teatro e não tenho medo de ninguém, por isso não considero que esta peça constitua motivo para alterar esta minha máxima. As canções do Chico são sempre agradáveis de ouvir sobretudo quando há uma voz bonita para as cantar.
. Lisboa está linda, é fantástico andar ali pelos lados do Saldanha ao final da tarde, o Bairro Alto já começa a ter gente e a baixa está bonita.


sábado, 20 de março de 2010

limpar Portugal

Não fui limpar Portugal, mas estou arrependida. Estava a chover, estava com dores nas costas, estava com preguiça.
Não fui, mas gostei da ideia. É importante que se demonstre publicamente que Portugal está cheio de portugueses que não têm cuidado e atiram tudo para o chão.
Não fui, mas sei que basta sair do centro de Lisboa para perceber que há lixo amontoado nas bermas, nos parques, nas matas, nas praias, nos rios, nos oceanos.
Não fui. Fiquei na cidade e vi alguém, muito fashion, atirar um papel pela janela do carro.

terça-feira, 9 de março de 2010

Um pouco mais de azul

é o mote para o começo de uma nova aventura semelhante a muitas outras.